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Mas como posso ir rever minha cidade
se nas ruas da saudade meus amores não verei?.
Se lá no alto, na casinha tão branquinha,
não está minha mãezinha, pois sem ela já fiquei.

"GERSON COUTINHO DA SILVA"



DUPLA LORENÇO E LORIVAL

DUPLA LORENÇO E LORIVAL

Os irmãos Arlindo Cassol, o Lourenço, e Antônio Cassol, o Lourival nasceram em Ribeirão Preto-SP nos dias 05/05/1939 e 11/09/1942, respectivamente.

Durante a infância, qualquer lata de óleo era logo por eles "adaptada" e "virava uma violinha", a qual eles sonhavam possuir; mas foi somente na década de 1950 que conseguiram um instrumento musical de verdade.

Iniciaram a carreira artística na adolescência com os nomes artísticos "Maurinho e Toninho" cantando na "Rádio 79" de Ribeirão Preto-SP.

Em 1959, Arlindo e Antônio trocaram Ribeirão Preto-SP pela Capital Paulista, onde se apresentaram nas Rádios Cometa, 9 de Julho, América, Capital, Nacional e também na Record, onde apresentaram durante 10 anos o programa "Linha Sertaneja Classe A", às Terças e aos Sábados. Passaram também um período no Rio de Janeiro-RJ onde atuaram na Rádio Mairink Veiga.

O primeiro disco foi gravado em 1962 com as músicas "Meu Regresso" (Tuta - José Russo), e "Amor Derrotado" (Garoa).

Um problema de saúde com Lourival, no entanto, obrigou a dupla a se afastar da carreira musical, a qual foi retomada somente em 1967, quando foram contratados pela gravadora Chantecler, quando eles passaram a realmente se destacar dentre as diversas duplas de sucesso na época.

Após deixar a Record, Lourenço e Lourival começaram a viajar para fazer seus shows e voltaram a residir em sua Ribeirão Preto natal. A dupla é versátil, canta vários estilos e freqüentemente se apresenta em parques de exposição, festas de peão de boiadeiro e rodeios. E são também conhecidos como "Os Violeiros da Voz de Cristal".

Dentre as diversas músicas gravadas por Lourenço e Lourival, podemos destacar "Trem das Seis" (Luis de Castro - Benedito Seviero), "Meu Reino Encantado" (Vicente P. Machado - Valdemar Reis), "A Sementinha" (Dino Franco - Itapuã), "Minha Infância" (Dino Franco), "O Preço da Mentira" (Tuta - Tota), "As Três Namoradas" (Dino Franco - José Fortuna), "Encanto da Natureza" (Luiz Castro - Tião Carreiro), "Anel de Noivado" (Osvaldo Rieli - Juvenal Fernandes), "Duelo de Amor" (Goiá - Benedito Seviero), "A Enxada e a Caneta" (Capitão Barduíno - Teddy Vieira), "Velha Porteira" (Hélio Alves - Zitinho) (que é a música cujo trecho o Apreciador ouve quando acessa essa página), "A Rainha do Paraná" (Nízio - Braz Hernandes), "Desencoste da Chiquinha" (Cambará), "O Diploma e o Chapéu" (Tião do Carro - Caetano Erba) e "Franguinho na Panela" (Moacyr dos Santos - Paraíso), apenas para citar algumas.

Segundo Lourival, "Como Eu Chorei" (Telmo de Maia), gravada em 1971, foi um marco na carreira da dupla, tendo feito bastante sucesso e vendendo discos até os dias atuais. De acordo com Rosa Nepomuceno, nas páginas 168 e 169 de seu excelente livro "Música Caipira - Da Roça Ao Rodeio", essa música foi "um autêntico iê-iê-iê sertanejo, com bateria, guitarras e contra-baixo com a manutenção do canto em terças, na forma tradicional caipira".

Ainda segundo Rosa Nepomuceno, no mesmo livro, pág. 169, "Os irmãos de Ribeirão Preto inauguraram uma linguagem mais afogueada para falar de amor, trocando os beijos da tímida caboclinha debaixo de pés-de-ipê pelo amor de moças fogosas, em camas macias de motel (...) o recato da roça estava indo por água abaixo...".

Lourenço (à direita) e Lourival (à esquerda) já cantaram ao lado de renomadas duplas tais como Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico, Canário e Passarinho, Teodoro e Sampaio e Pedro Bento e Zé da Estrada. Calcula-se que ao longo da carreira a dupla tenha gravado cerca de 45 discos em diversas gravadoras tais como Odeon, Cartaz, Chantecler, Playarte, Tocantins, RGE e Som Livre.

Curiosamente, em 1990, com os nomes "Toshiro e Tanaka", Lourenço e Lourival gravaram um disco humorístico com paródias de sucessos da época como o sucesso de Leandro e Leonardo "Entre Tapas e Beijos" (Nilton Lamas - Antonio Bueno) que com eles passou a se chamar "Carne e Queijo". E gravaram também uma "paródia japonesa" de "Os Três Boiadeiros" (Anacleto Rosas Jr.), à qual deram o "novo título" de "Os Três Boiadeiros Japoneses".

E é com muito bom humor que Lourenço e Lourival continuam "na estrada" fazendo suas apresentações que nos brindam não apenas com suas "vozes de cristal" como também o enfoque satírico que dão ao próprio show e aos títulos das músicas de seu repertório. A quase totalidade das músicas que interpretam eles anunciam com o "nome modificado", como é o caso de "Velha Parteira" ("Velha Porteira" (Hélio Alves - Zitinho)) e "Leitão A Perereca" ("Leitão A Pururuca" (Muniz Teixeira - Lourenço))...

Em seus shows, Lourenço e Lourival também fazem questão de frisar que eles formam "a Dupla Caipira que mais contribui para o programa 'Fome Zero', pois eles têm no repertório músicas como 'Franguinho Na Panela' (Moacyr dos Santos - Paraíso), 'Leitão A Pururuca' (Muniz Teixeira - Lourenço) e 'Só Filé' (Praense - Cassapula)". Na foto acima à esquerda, Lourenço e Lourival numa excelente apresentação que teve lugar na cidade de Pardinho-SP, no dia 11/06/2005, por ocasião do III FESMURP - Festival de Música Sertaneja de Pardinho, quando tive o prazer de conhecer pessoalmente os Violeiros da Voz de Cristal.

E, na foto abaixo, da esquerda prá direita, Lourival, Ricardinho e Lourenço, após a apresentação no III FESMURP, no dia 11/06/2005:





Contato para shows:
(16) 3630-7458




Clique aqui e conheça o Site Oficial da Dupla Lourenço e Lourival, desenvolvido por Eder Carlos S. Sotto e Naylor Garcia, com Biografia da Dupla, Fotos, Discografia, Venda de CD's e Contatos para Shows.




Obs.: As informações contidas no texto desta página são originárias do Livro de Rosa Nepomuceno "Música Caipira - Da Roça Ao Rodeio", do Livro de Ayrton Mugnaini Jr. "Enciclopédia das Músicas Sertanejas" e também dos sites do Sítio do Caipira da EPTV e Dicionário Ricardo Cravo Albin de Música Popular Brasileira. Ver também mais detalhes e links na página Para saber mais... onde constam as Referências Bibliográficas